sábado, 31 de outubro de 2009

Intolerância ou ignorância? A "Puta" da UniBan

Dia 22 de outubro, na Universidade Bandeirante em São Paulo, uma aluna de turismo foi "crucificada" pelos alunos da instituição por trajar uma minissaia, as ações foram xingamentos, tentativas de tocá-la e fotografá-la, e além, ameaças de estupro e cuspidas.
Sei que nosso blog não é de cunho jornalístico, mas diante de um fato destes, não pude me calar.
Ela não precisava ir vestida daquele modo. Fato. Mas teriam o direito, as centenas de alunos, de agirem daquele modo para com ela?

John Locke disse: "Minha liberdade termina onde começa a sua.”

O modo como nos vestimos, creio eu, é de nosso livre arbítrio segundo a constituição, desde que não seja um atentado ao pudor.
Mas este não é um fato isolado, posso afirmar que você amigo leitor, assim como eu, já presenciou algo parecido, pode não ter sido tão grave como foi com a garota supracitada, mas com certeza foi um ato tão desprezível quanto.
Repito, ela não precisava ir vestida daquele modo (diz-se que ela ia a uma festa após a aula), pois o tamanho da saia, em nada escondia suas coxas, é natural ao homem olhar e ficar embasbacado quando vê uma mulher vestida de forma sensual, mas daí, ir além disso sem o consentimento dela, é bestial.
Este ato foi somente uma amostra do que a mentalidade "evoluída" e "civilizada" da sociedade é capaz.
Este ato teve sim um cunho preconceituoso, e diria mais, fascista, sim, pois "apelar para ignorância" é um pensamento fascista, onde "o que tu pensas ou queres, não me importa, pois sou mais forte que tu e estou amparado pelos meus companheiros". Foi exatamente isto que me veio à mente quando soube da frase dita por um dos alunos da instituição: "Solta ela professor! Deixa pra nós. Vamo estupra!".
O que mais me causou revolta nisso tudo (pois o que não falta são agravantes neste caso), foi que isto tudo não ocorreu em um presídio, ou em uma comunidade controlada por forças militares ditatoriais - onde o estupro e a violência fazem parte do processo - mas sim em uma universidade, onde a cultura e a sapiência deveriam ser a norma, onde a democracia e as diferenças deveriam ser aceitas de braços abertos.
Mas o que faremos nós para que isto não se repita com você mesmo amiga leitora, ou com sua namorada amigo leitor? Você pode me dizer: “É só não se vestir daquele modo.”
Mas isto não abrange somente o modo certo ou errado de você se vestir, isso implica na democracia, pois se você não pode nem usar as roupas que quer, sem ser achincalhado, imagine o resto? Este tipo de ato é o embrião da intolerância e ignorância.

Será que sempre permitirão que você se vista como quer? Ou pense o que quiser? Ou siga religião que preferir?
Pode parecer que o que eu estou escrevendo aqui pareça apocalíptico demais, mas, Mussolini fez marcha sobre Roma do dia para a noite?

E como diria o saudoso Nelson Rodrigues: A vida como ela é...


Vídeo da saída dela da univesidade:




Luca Alvarenga:




O CARA

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