quinta-feira, 4 de junho de 2009

Luis Fernando Veríssimo...Simplesmente!!!

A ― Primeira letra do alfabeto. A segunda é "L" e a terceira é "F".


AH ― Interjeição. Usada para indicar espanto, admiração, medo. Curiosamente, também são as iniciais de Alfred Hitchcock.


AHN? O quê? Hein? Sério? Repete que eu sou halterofilista.


AI ― Interjeição. Denota dor, apreensão ou êxtase, como em "Ai que bom, ai que bom". Arcaico: Ato Institucional.


AI, AI ― Expressão sarcástica, de troça. O mesmo que "Como nós estamos sensíveis hoje, hein, Juvenal?"


AI, AI, AI ― Expressão de mau pressentimento, de que em boa coisa isto não pode dar, de olhem lá o que vocês vão fazer, gente.


AI, AI, AI, AI, AI ― O mesmo que "Ai, ai, ai", mas com mais dados sobre a gravidade da situação. Geralmente precede uma reprimenda ou uma fuga.


B ― Primeira letra de Bach, Beethoven, Brahms, Bela Bartok, Brecht, Becket, Borges e Bergman, mas também de Bigorrilho, o que destrói qualquer tese.


BB ― Banco do Brasil, Brigitte Bardot, coisas do tipo.


BELELÉU ― Lugar de localização indefinida. Em alguns mapas fica além das Cucuias, em outros faz fronteira com Cafundó do Judas e Raio Que os Parta do Norte. Beleléu tem algumas características estranhas. Nenhum dos seus matos tem cachorro, todas as suas vacas estão no brejo ― e todos os seus economistas são brasileiros.


C ― Uma das nossas letras mais populares. Sem ela não haveria carnaval, caipirinha, cafuné e crédito e a coisa seria bem mais difícil.


CÁ ― Advérbio. Quer dizer "aqui no Brasil". Também é o nome, em português, da letra K, de kafkiano, o que já deveria ter-nos alertado.


CÊ ― Diminutivo de "você", como em "cê soube?" ou "cês me pagam". Também se usa "cezinho", mas só em casos muito particulares, e com a luz apagada.


CI ― Ser mitológico. Na cultura indígena do Amazonas, a mãe de tudo, a que está por trás de todas as coisas, a responsável por tudo que acontece (ver CIA).


CO ― "O outro." Como em co-piloto (o outro piloto), coadjuvante (não o adjuvante principal, o outro) e coabitação (morar com a "outra").


CÓ ― O singular de "cós".


CÓS ― Os "cós das calças", que até hoje ninguém descobriu o que são.


CUCUIAS ― Arquipélago, provavelmente no Caribe, mas no lado da sombra... A única coisa certa que se sabe sobre as Ilhas Cucuias é que ficam longe das Ilhas Cayman. Celebrizadas no poema ufanista anônimo Povo de Turistas ("Como viajam os brasileiros/ donos de um elã incomum./ A maioria vai pras Cucuias/ e o resto vai pra Cancun").


D ― 500 em latim. Vale meio M, cinco Cs e dez Ls.


DDD ― Discagem Direta a Distância, ou Dedo Dolorido De tanto tentar.


DE ― Prefixo que significa o contrário, o avesso. Como em "decúbito", ou com o cúbito para cima.


E ― Conjunção. Importantíssima. Sem o E, muitas frases ficariam ininteligíveis, dificultando ainda mais a comunicação entre as pessoas. Em compensação, não existiriam as duplas caipiras.


E? ― E daí? Continue! Qual é a conclusão? Qual é o sentido dessa história toda? Onde você quer chegar, pombas? Vamos, desembuche!


É ― Afirmativa, confirmação, concordância ou resignação. Também usado na forma reflexiva ("Pois é"), na forma interrogativa ("É?"), na forma reflexiva interrogativa ("Né?") e na forma interrogativa retórico-reflexiva ("Ah, é?").


É... ― O mesmo que "Pois é", mas com uma carga filosófica maior. Tudo que tem reticências é filosófico. Ou irônico, que é o filosófico que dá briga.


EH, EH, EH, EH ― Risinho safado. Também dá briga.


EPA! Exclamativo. Usado em situações-limite, como beliscões extemporâneos na bunda, principalmente se ela for a sua. Outras formas: "Opa" (ver OPA), "Peraí"' (ver "PÔ), "Péralá!”‘ (ver AI, AI, AI)”.


O CARA

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