ABCDEtc (2)
F ― Ou "efe". Uma das oito letras com duas sílabas do alfabeto. "Doblevê" tem três, "ipsilone" tem quatro e "dobliú", depende. Se você diz o "bliú" ligeiro, é uma sílaba só, se for baiano são duas.
PH ― Efe no tempo em que era "ephe".
G ― De "gongórico", nome dado a tudo que soa como um gongo.
GA-GA-GA-GA-GA... Gago.
H ― A letra "agá". Também pode ser os edifícios do Congresso,
HONTEM ― Ontem, ontem.
I ― Monograma do Marco Maciel.
IH ― Expressão de mau pressentimento. Como em "Ih, outro discurso do Simon..."
IIIIIII ― Expressão de mau pressentimento quando o pressentido já começou a acontecer e não há nada a fazer senão se preparar para o pior. Ou emigrar, claro. Substitui as frases "Eu sabia...", "Esse filme eu já vi..." "Lá vamos nós outra vez..." e "Ai, ai, ai" (ver AI, AI, AI, AI, AI) IIIIIIIIIIIIIII (Continua) ― Um "liiiih" que não encontra resistência e se prolonga indefinidamente, acompanhando a curvatura da Terra. No Brasil há casos de "liiihs" que começaram há 35 anos e ainda não terminaram.
J ― Uma das letras mais brasileiras do alfabeto. A primeira letra de jabá, jabaculê, jeitinho, jogada e joint venture. Está na nossa origem ("Já fui! Já fui!", as palavras que acompanham nossa concepção) e no nosso fim (jazigo, já era).
JÁ ― Agora.
JÁ, JÁ ― Daqui a pouco.
JESUS! ― Apelo a um poder mais alto, ignorando-se os trâmites normais e todas as instâncias intermediárias ― santos, secretárias, seguranças ― para ir direto em quem manda, ou pelo menos no seu filho.
JURADO ― Membro de um júri. Marcado para morrer. Ou, dependendo de onde for o julgamento, as duas coisas juntas.
K ― Não existe em português, mas ninguém conseguiria dizer "um kantiano kitsch de kilt num kart" sem ela, a não ser que fosse fanho (ver ANHO). Embora seja pouco provável que alguém, algum dia, precise usar esta frase.
L ― O "ele" minúsculo é igual ao "l" e o maiúsculo também, só que com sombra.
LOT ― Ou Ló. De uma vez por todas, preste atenção. Ló era o do pão e dos escravos que jogavam caxangá (ver CAXANQUÊ?), Jó era o das provações de Deus e da mulher que virou estátua de sal. Espera um pouquinho. Jó era o dos escravos, Ló era o do pão e da estátua. Não! A mulher que se transformou em estátua e os escravos eram do Jó, Ló era só o do pão. Não! Os escravos eram da mulher do Jó, o Ló era o das provações e o Jó virou pão. Não! Os escravos eram da mulher do Ló, que era uma das provações do Jó, que virou estátua de sal mas do Ló. Não! O Ló virou Jó e... Esquece.
M ― Primeira letra de "eme".
N ― O "ene", não.
O ― A letra símbolo da Kabala. A Cobra da Vida comendo a si mesma por toda a Eternidade. A letra que é um número, e o número que é um vazio. O Tudo e o Nada num mesmo signo. Em inglês, "OK". Em português: "Aqui, ó."
Ó ― Interjeição. Como em "Ó vida" ou "Ó tempos, ó modos" e, especialmente, "Ó Minas Gerais".
OBA ― Epa, no bom sentido.
OH ― Interjeição. Como em "Oh, não!" e, principalmente em filme americano dublado, "Oh, sim!"
OI ― Alô.
OI, OI, OI ― "Ai, ai, ai" mais baixinho. (Ver "iiiiiiiih")
PÔ ― Abreviatura de "positivamente", como em "Positivamente, assim não dá".
QRST ― Único grupo de quatro letras sucessivas no alfabeto que não inclui uma vogal. E você sabe o que isso significa...
UI ― "Epa" de quem está gostando.
V ― De Verdade e Vileza, Verme e Virgem, Veneno e Valium, é a única letra do alfabeto que, de cabeça para baixo, vira uma casinha. É preciso dizer mais?
XYZ ― As últimas letras do alfabeto. Pronuncia-se "xyz". O "X" e o "Z" são, juntos com o "K", as letras mais duras e antipáticas do alfabeto e existe uma suspeita de que sejam nazistas. Não admira que o "Y", entre as duas, esteja com os braços para cima, apavorado.
O CARA
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